Roberto Miguel Rey Júnior, conhecido como Robert Rey nasceu em São Paulo, 1 de outubro de 1961. Ele é um cirurgião plástico e apresentador brasileiro e um dos protagonistas do Dr. 90210 (um reality show exibido nos Estados Unidos pelos canais E! Entertainment e People and Arts).
Robert Rey é filho do engenheiro estadunidense Robert Miguel Rey, que se naturalizou brasileiro e casou-se com a gaúcha Avelina Reisdörfer.
Ele foi para os Estados Unidos aos doze anos de idade por intermédio de dois missionários americanos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que iam de casa em casa ensinando o Evangelho.
"Na minha casa, no Brasil, era tudo muito ruim. Enquanto a maioria das crianças ia dormir com músicas de criança, eu dormia com meus pais gritando à noite. O meu último ato em terra brasileira foi roubar uma loja, ali mesmo na Lapa. Aos 11 anos, eu fazia parte de um grupinho de marginais, moleques. Se tivesse ficado no Brasil, estaria na cadeia. Graças a Deus e a essa gente, acabei nos Estados Unidos, onde não faltava comida, não tinha sujeira nem gritaria. Não era minha família, era um monte de gente estranha, mas era muito, muito melhor do que a situação em que eu estava antes. Um dia, bateram na nossa porta e meu pai começou a conversar com eles. Não que fosse ligado em religião, mas estava com saudade do país dele. Eles visitaram nossa casa várias vezes e, um belo dia, um deles disse para o meu pai: "Robert, por que você não deixa eu levar essas crianças para a minha casa, nos Estados Unidos? Vai ser melhor para você". Meu pai ficou muito contente. Minha mãe não tinha voz ativa na família. Assim, por incrível que pareça, ele mandou os quatro filhos para os Estados Unidos. Eu não consigo entender. Tenho minha filha agora e não consigo ficar um dia sequer sem vê-la. Imagine anos, como foi o caso dele".
Rey e seus irmãos mudaram-se para Utah, onde foram adotados por uma comunidade religiosa. Aos dezesseis ele encontrou-se com sua mãe novamente e eles foram viver em Prescott, Arizona, onde entrou na escola de ensino médio de Prescott. Ela trabalhou como zeladora para ajudar com as contas escolares de Robert. Rey se formou na Harvard University, uma das mais disputadas e prestigiadas universidades dos EUA, e hoje, é um dos cinco melhores cirurgiões plásticos de lá. Sua vida nos Estados Unidos nem sempre foi um mar de rosas. Quando ele passou nos exames e foi admitido os colegas zombavam dele. “Você é brasileiro. Então venha limpar o chão, ou lavar nossos pratos”, diziam eles. Robert chegou a ser abandonado por uma namorada que abriu sua carteira e descobriu seu nome verdadeiro. “Os latinos, negros e chineses nem eram convidados para as festas. Quase não passei do primeiro ano”, conta o médico.
Dezessete anos depois, na formatura, um professor advertiu: “Você vai para uma das áreas mais competitivas do mundo e para o lugar que tem a maior concentração de cirurgiões plásticos por habitante. Será difícil obter sucesso”. Ele não deu ouvidos. Pegou todas as suas coisas, colocou no banco de trás de um Mustang velho e dirigiu para Beverly Hills. “Minha auto-estima estava baixa, e eu precisava me tornar um dos melhores. Hoje recebo os parabéns dos mesmos colegas que me humilhavam”, diz o doutor Robert Rey.
Sobre a sua saída do Brasil, Dr. Rey disse: "Meu pai era um monstro, e minha mãe não tinha voz. Fiquei contentíssimo de sair daquilo. Tive um pai abusivo." Em outra entrevista ele disse que seu pai foi "um total idiota, um mulherengo e um bêbado."
Ele se tornou um dos membros do Screen Actors Guild em 1980, e tem aparecido na televisão, em propaganda, mais recentemente foi um comercial Carl Jr, no qual ele aconselha uma galinha se submeter a uma cirurgia de aumento de mama. O retorno ao Brasil, em 2008, teve como objetivo reencontrar seu pai e fazer cirurgias gratuitas em pacientes pobres. Tudo foi filmado pelas câmeras do seu ‘reality show’. O que deu material suficiente para um episódio inteiro do programa. "Eu não sabia como ia lidar com a situação, se ia dar um soco ou um abraço nele", conta Rey.
Posteriormente fora avisado da morte de seu pai alguns meses após o funeral. Voltou ao Brasil em 2010, e após saber que o mesmo fora enterrado em uma vala para indigentes mandou construir uma sepultura melhor. "Só voltei a falar com meu pai recentemente (2008). Nosso reencontro ocorreu quando recebi um telefonema dele, pedindo dinheiro. Achava até que ele já estava morto. No fim, viramos amigões e eu o apoiei financeiramente até o fim. Sem críticas, sem mágoas".
Em 2004, Rey tornou-se a estrela do reality show Dr. 90210. Ele mostra tanto a sua e outras práticas do cirurgião, as cirurgias e os pacientes, bem como sua vida familiar. Em 2007, ele desenvolveu uma bem sucedida linha de shapewear, bem como uma linha de cosméticos, ambos vendidos em todo o país. Todos os anos, viaja em missões humanitárias a operar em crianças com deformidades físicas. Ele já realizou mais de 10 mil cirurgias e é conhecido por suas cicatrizes "invisíveis", aumentos de seios, abdominoplastia que são freqüentemente retratadas em Dr. 90210.
Dr. Rey e sua mulher, a franco-canadense Hayley Rey (nascida em 1974), estão casados desde 2000. Eles têm duas crianças, a filha, Sydney, nascida em 2000, e o filho Robby, nascido em 2004. Hayley Rey é uma dona de casa em tempo integral, além de também aparecer no show. Eles vivem em Beverly Hills, Califórnia. As últimas notícias relatam que Rey está se mudando para o Brasil.
VEJAM TRECHOS DE ALGUMAS ENTREVISTAS DO DR. REY
Não é ironia um médico ser uma pessoa tão religiosa?
Eu sou mórmon e pago o dízimo, o que a minha mulher não entende. Por ser cirurgião, sei que Deus existe. Adoro ler Darwin. Já li A Teoria da Evolução várias vezes. Mas o cara é louco. Não existe nada que suporte a teoria dele.
Que operação você não faz?
Mudança de sexo. A não ser em caso de trauma, como fazendeiros que tiveram o pênis arrancado por máquinas. Não me acho tão Deus assim para mudar o sexo de alguém. Prefiro não fazer.
Seus filhos não levam exatamente uma vida normal… O que ensina a eles?
Santo de casa não faz milagre. É só eu começar o papo de religião que eles falam: ‘Cadê o Nintendo?’ E eles só comem porcaria. É muito difícil criar filho em Los Angeles. Eles estudam com os filhos de Sharon Stone, Sylvester Stallone. A nossa casa vale US$ 6 milhões, tem elevador, chef, empregadas. Minha filha vai à escola de Maserati. E passa o dia se queixando. Como é possível?
Você já operou sua mulher. Sua filha está deixando a infância. E se ela te pedir silicone?
Minha esposa já comprou o primeiro sutiã da nossa filha! Infelizmente, o mundo julga pela aparência. E a aparência influencia na autoestima. Odiei operar minha esposa. Senti pena dela. Mas sou o médico em que mais confio. Não bebo, não uso drogas. Como saber se o médico tomou um vinho antes? Espero que minha filha nunca me peça para operá-la.
Qual o seu maior sonho hoje?
Estar perante do meu Deus, e falar: “Olha eu fiz os meus errinhos, mas eu melhorei a condição humana. E não tem que olhar para baixo. Eu quero olhar nos olhos de Deus. Quero também poder falar: “Fui leal a minha esposa, fui bom pai”.
Você é uma pessoa religiosa?
Trinta mil pacientes, cinco infecções. Estatisticamente isso não é possível. Zero mortes. Como você acha que eu fiz isso? Passei muitas horas de joelhos. E pagando o dízimo cada mês. Dez por cento.
Você se incomoda de as pessoas acharem que você é gay?
Quebrei o braço de um gringo lá em Nova York. Durante um desfile, num teatro gótico superlegal. Saindo do teatro, eu escuto: “Rey, quando você vai sair do armário?”. Escutei 150 vezes e sorri, desliguei. Mas foi 151 vezes. Eu tirei meu paletó – claro, não ia estragar meu Versace de US$ 6 mil -, esvaziei meu bolso, tirei meu pó M.A.C., só pra ele ver que eu tinha, e disse: ‘O que você falou de mim? Vou te dar uma surra’. A alta sociedade de Nova York abriu uma roda e viu a luta. Aquele gringo nunca mais vai chamar brasileiro de viado. Todo mundo aplaudiu.
Seus filhos participam do programa numa boa? Como é a relação entre vocês?
Eles não gostam de fazer televisão. Eles odeiam a câmera, mas é um sacrifício. Eles vivem em um bairro legal. Eu me acho um paizão. Nunca gritei com meus filhos.